Sul 21 – Recursos da China e alto preço das commodities estimulam crescimento de países africanos
Os que ainda subestimam o crescimento vigoroso do continente africano podem se surpreender nos próximos cinco anos. A análise feita pela revista britânica The Economist, em janeiro, apontando países da África como os que mais devem crescer nos próximos anos, é agora reforçada com as informações divulgadas pela embaixada britânica em Angola, segundo as quais aumentou o número de empresas da Grâ-Bretanha interessadas em investir no país africano de língua portuguesa.
A tendência de empreendedores britânicos levou o ministro britânico para África, Henry Bellingham, a Luanda, capital de Angola. Lá, reuniu-se com empresários locais e reafirmou o interesse dos britânicos em detectar oportunidades de investimento no setor privado de altas tecnologias, indústria de geração de energia e comércio.
Segundo a The Economist, seis economias africanas devem ter um crescimento anual médio de cerca de 8%. A previsão foi feita com base na análise de dados do período de 2001 a 2011. Angola, Nigéria, Etiópia, Chade, Moçambique e Ruanda são os países que devem liderar o desenvolvimento africano.
Commodities e China impulsionam crescimento
Os preços altos das commodities e a grande demanda da China por matérias-primas são responsáveis pelo aceleramento econômico das nações africanas. Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial da África, superando a União Europeia e os Estados Unidos. O volume de negócios entre a China e os países africanos bateu recorde em 2010, chegando a US$ 114,8 bilhões (aproximadamente R$ 194 bilhões), 43,5% mais que no ano anterior. (…)
Estatísticas erraram no caso da Argentina
O economista Marcelo Suano, do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais, questiona as informações divulgadas pela revista britânica. Ele lembra do exemplo argentino. Em 2000, a Argentina sofreu forte impacto de uma crise econômica interna e se reergueu. Quando o país sul-americano retomou o rumo do crescimento, as projeções feitas na época, segundo Suano, apontavam dados tão otimistas quanto os divulgados em 2011 pela revista britânica a respeito da África. “Se falava do fabuloso crescimento da Argentina, mas na verdade os dados eram fruto de um rebote estatístico. O país vinha num crescimento progressivo e quebrou. Quando passa a ser zero de novo o crescimento se torna expressivo, porque parte do zero, mas, não é crescimento real. É o que acontece hoje com a África”, argumentou.
Apesar de questionar a estatística, Suano reconhece que a África tomou seu espaço entre as grandes potências em desenvolvimento. O economista acredita que os investimentos mais fortes nos países africanos são da Índia e da China. Mas, afirma, “o continente africano ainda está se descobrindo nas relações exteriores”. (…)
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